As áreas onde circulam aviões na maioria dos aeroportos pelo mundo seguem uma série de restrições para garantir a segurança das operações. Apesar disso, na Nova Zelândia, o terminal regional no subúrbio de Elgin, na ilha do Norte do país, é um dos únicos no mundo que possui sua própria linha de trem, que cruza a pista de pousos e decolagens.
No local, pilotos e condutores precisam estar atentos ao cronograma para organizarem de forma segura a partida dos aviões e a passagem dos trens. A pista chegou a contar com luzes piscantes vermelhas, que indicavam aos pilotos que um trem estava para cruzar a pista e que a área estava fechada momentaneamente. Quando as luzes estavam verdes, significava que a pista estava liberada.
Esse sistema foi descontinuado após mais de 20 anos de operação, depois que a linha regular de trens foi cancelada. Na época em que os sinais foram desinstalados, pilotos manifestaram preocupações com a segurança dos pousos no local. Mas, controladores de tráfego aéreo no Aeroporto de Gisborne garantiram que a ausência da sinalização não traria impacto às operações.
Figurando em vários sites dedicados aos “aeroportos mais estranhos do mundo”, acredita-se que a linha férrea tenha sido construída muito antes de as autoridades locais decidirem, em meados da década de 1940, que o local também seria o mais adequado para um aeródromo.
Os controladores de tráfego aéreo sempre precisaram coordenar os cruzamentos dos trens com os pousos de aeronaves, embora, desde que a KiwiRail encerrou o serviço entre Gisborne e Napier, os únicos trens que agora cruzam a pista pertencem ao clube local de trens antigos.
— Estamos falando de pouquíssimos cruzamentos. Fins de semana prolongados, esse tipo de ocasião — declarou o controlador-chefe Hadley Cave em publicação da autoridade de aviação civil da Nova Zelândia.
No novo procedimento, os controladores tratam o trem como qualquer outro veículo na pista, sendo necessária uma autorização verbal para que ele a atravesse. Entre os motivos que levaram à desativação das luzes está o “custo significativo” de manutenção.
— As aeronaves ainda terão prioridade. É apenas uma questão de encaixar os cruzamentos dos trens entre os pousos — explicou Cave.
Fonte: OGLOBO