O Airbnb, que administra a locação temporária de imóveis, informou, nesta quinta-feira (5), que reembolsou integralmente a brasileira que teve o apartamento invadido por sete homens em Paris, na França. Ela foi vítima de tentativa de estupro, e uma amiga, que estava hospedada no mesmo local, sofreu agressões físicas.
A empresa disse que “continua a oferecer suporte à hóspede”, sem detalhar as medidas adotadas. Informou também que Central de Ajuda do Airbnb está disponível 24 horas, 7 dias por semana, para ajudar hóspedes e anfitriões.
A vítima, Marcela Carvalho, nega. Ela afirmou que apenas recebeu um e-mail, na quarta-feira (4), informando sobre o reembolso e que não há suporte por parte da empresa.
A maquiadora vai entrar na Justiça. A advogada Fabiana Teixeira, que faz a defesa de Marcela, informou que vai mover ações contra a empresa Airbnb e o governo brasileiro.
O g1 entrou em contato com o Itamaraty e a Polícia Francesa, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Relembre o caso
Marcela Carvalho ficou hospedada na capital francesa com outras duas amigas em um apartamento negociado pela empresa Airbnb. No dia 16 de novembro, sete homens armados invadiram o local. No momento do crime, ela estava acompanhada de apenas uma das amigas.
Malas, roupas, cartões, celulares e aproximadamente 900 euros – cerca de R$ 6 mil – foram roubados.
A amiga sofreu agressões físicas de um dos assaltantes. Já Marcela conta que foi vítima de tentativa de estupro. Quando um assaltante rasgou a calça dela, o interfone tocou várias vezes. Era a terceira amiga chegando ao apartamento. Os homens se assustaram e fugiram com parte dos pertences. A amiga encontrou com os assaltantes descendo as escadas com malas e bolsas.
As vítimas saíram da casa e foram até a estação de metrô mais próxima para pedir ajuda. Uma mulher viu a situação do trio e acionou a polícia. As jovens foram levadas para a delegacia por volta das 21h e lá ficaram até as 8h do dia seguinte.
Agentes da polícia francesa foram ao apartamento para coletar informações sobre os envolvidos no crime.
Expulsão
As mulheres foram liberadas do depoimento e retornaram ao apartamento. Horas depois, a polícia foi até lá e convocou as vítimas para exames de corpo de delito.
Quando chegaram de volta, o proprietário do apartamento expulsou as jovens e cancelou a reserva, alegando que a decisão foi tomada por motivos de “segurança”.
Marcela disse que procurou o Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas não foi bem atendida por nenhum representante.
Desesperada, ela chegou a se ajoelhar e pedir ao segurança que a deixasse ficar no local até que alguém prestasse assistência, já que estava sem celular, dinheiro e formas de fazer contato com seus familiares no Brasil.
Marcela, então, decidiu voltar para o Brasil. A equipe do Consulado emprestou um telefone para que ela conseguisse falar com a família. Outros brasileiros que viram as jovens buscando ajuda se solidarizaram e as auxiliaram no contato com a família.
A mineira chegou ao Brasil no último domingo (1º) e retomou as atividades no estúdio de maquiagem que administra.
Fonte: G1