Um estudante universitário chinês de 27 anos foi resgatado duas vezes no Monte Fuji, no Japão, em menos de quatro dias após retornar à montanha para recuperar seu celular perdido.
O jovem escalou o vulcão fora da temporada oficial de escalada e enfrentou condições perigosas, que resultaram em mal de altitude e dificuldades para descer, segundo a agência de notícias AFP e a rede britânica BBC.
O primeiro resgate ocorreu na terça-feira (22), quando o estudante, que escalava pela trilha Fujinomiya, a cerca de 3.000 metros de altitude, foi retirado de helicóptero. Segundo a BBC, ele perdeu seus crampons — dispositivos com pontas presos aos calçados para melhorar a tração —, o que o impediu de descer a trilha com segurança. Durante esse resgate, ele deixou pertences para trás, incluindo seu celular.
Quatro dias depois, na sexta-feira (25), o jovem retornou ao Monte Fuji para recuperar seus itens e acabou precisando de um segundo resgate no sábado (27). De acordo com a AFP, ele foi encontrado por outro caminhante em uma trilha a mais de 3.000 metros sofrendo de mal de altitude.
Ele foi levado ao hospital, mas está fora de perigo, segundo a BBC. Não há informações sobre se ele conseguiu recuperar o celular, de acordo com relatos da imprensa local citados pela AFP.
A polícia da província de Shizuoka, onde o Monte Fuji está localizado, confirmou à agência que o estudante era a mesma pessoa resgatada nos dois incidentes.
As autoridades reiteraram o alerta contra escaladas fora da temporada oficial, que vai de julho a setembro, devido às condições adversas, como neve e mudanças climáticas repentinas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, todas as trilhas que levam ao cume estão fechadas fora desse período, e as instalações médicas ao longo das rotas também não operam.
Atração turística e riscos
O Monte Fuji, um vulcão ativo de 3.776 metros — o pico mais alto do Japão —, é conhecido por seu formato de cone perfeito e sua importância cultural, imortalizado em obras como “A Grande Onda”, de Hokusai.
Entre julho e setembro de 2023, mais de 220.000 pessoas escalaram a montanha, segundo a BBC. Fora da temporada, no entanto, as trilhas cobertas de neve e as condições climáticas tornam a escalada perigosa.
Para controlar o excesso de turismo, as autoridades implementaram medidas como uma taxa de entrada na Trilha Yoshida, a mais popular, e um limite de visitantes. A partir deste ano escaladores de qualquer uma das quatro trilhas principais pagarão uma taxa de US$ 27 (cerca de R$ 151), segundo a AFP.
Fonte: r7