Após cinco anos, a Justiça marcou para a tarde desta quinta-feira (10) o júri popular do empresário Paulo Cupertino Matias, acusado de matar com 13 tiros o ator Rafael Henrique Miguel e os pais dele em 9 de junho 2019, na Zona Sul de São Paulo.
Segundo o Ministério Público (MP), o réu cometeu o crime por ciúmes porque não aceitava o relacionamento do artista com a sua filha, Isabela Tibcherani Matias. Na época, a estudante tinha 18 anos; atualmente tem 23 e deixou de usar o sobrenome do pai.
Rafael, estava com 22 anos naquela ocasião. O pai do ator, João Alcisio Miguel, tinha 52, e a mãe, Miriam Selma Silva Miguel, 50. Os dois eram casados. Todos os três morreram na rua, próximo ao carro da família. Eles foram deixar Isabela na casa em que ela morava com a mãe, na Estrada do Alvarenga, no bairro Pedreira.
Cupertino, agora com 54 anos, está preso e responde por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das três vítimas: Rafael, João e Miriam.
Dois amigos do empresário também serão julgados no mesmo processo. Eles são réus acusados pelo MP pelo crime de favorecimento pessoal porque, de acordo com a Promotoria, ajudaram Cupertino a fugir e se esconder após os assassinatos.
São eles: Eduardo Jose Machado, o “Eduardo da Pizzaria”, de 45 anos, dono de uma pizzaria na Zona Sul de São Paulo, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora, de 59 anos, que morava em Sorocaba, no interior paulista. Ambos respondem em liberdade.
Júri deve durar dois dias
O julgamento dos três réus está previsto para começar às 13h no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital. Ele deverá durar até sexta-feira (11), quando o juiz Ricardo Augusto Ramos, da 1ª Vara, dará a sentença a partir da decisão do júri.
Sete jurados votarão se eles são culpados ou inocentes e ainda se os condenam ou absolvem. Mais de 20 testemunhas, entre as de acusação e de defesa, foram arroladas para participar do júri.
Entre as testemunhas que serão ouvidas no julgamento estão Isabela e sua mãe, Vanessa Tibcheriani de Camargo, de 44 anos. Ela é ex-esposa de Cupertino. As duas queriam falar por videoconferência, mas o magistrado não deixou. O juiz permitiu, no entanto, que elas prestem depoimentos sem a presença dos réus, que deixarão o plenário nesse momento.
“Prestarão depoimento sem a presença do réu, conforme decisão judicial proferida em respeito ao grande sofrimento emocional que a presença do acusado lhes causa ao relembrar o ocorrido. O pedido, feito em razão das condições psicológicas das testemunhas”, informa trecho da nota divulgada à imprensa pelos advogados Ricardo Marinho e Guilherme Wilsthire, que defendem os interesses de Isabela e Vanessa.
Fonte: G1