Pressionado pelo aumento constante das reclamações sobre atrasos e superlotação de ônibus na cidade de São Paulo, o diretor de operações da SPTrans, Wagner Chagas Alves, admitiu nesta quinta-feira (5) que a empresa não consegue reduzir os intervalos entre os coletivos da capital.
Pressionado pelo aumento constante das reclamações sobre atrasos e superlotação de ônibus na cidade de São Paulo, o diretor de operações da SPTrans, Wagner Chagas Alves, admitiu nesta quinta-feira (5) que a empresa não consegue reduzir os intervalos entre os coletivos da capital.
Em entrevista ao SP2, Chagas afirmou “ser normal” os usuários de todas as regiões reclamarem da longa espera por um coletivo, especialmente nas periferias e nos horários de rush da manhã.
“É normal eles reclamarem, eu também reclamaria, né? Eu também reclamo quando vou tomar o ônibus, porque, o que que acontece, você tem uma cidade que é difícil… difícil atender rigorosamente cinco minutos de intervalo, 10 minutos de intervalo [entre os ônibus]. Você não consegue fazer isso. É muito difícil”, afirmou.
O SP2 vem mostrando há dois dias que as reclamações sobre as linhas de ônibus da capital têm crescido e irritado os usuários (veja vídeo acima).
O estopim foi o quebra-quebra ocorrido no Terminal Varginha, na Zona Sul, na noite de 21 de março.
Naquela ocasião, passageiros cansados da espera de quase duas horas por um ônibus da linha 6072/10 Jd. São Nicolau – Term. Varginha se irritaram e quebraram um balcão do fiscal da empresa Transwolff, que cuidava da linha.
Durante a manhã, na ida para o trabalho, a espera supera os 50 minutos, segundo contam os passageiros:
“Às vezes eu chego a ficar esperando 50 minutos, até 1 hora. Não gosto não. Por vezes prefiro pegar um Uber do que pegar o ônibus, mas não tem o que fazer, porque não dá pra pegar Uber todo dia, né?”, disse a estudante Beatriz Sales, moradora da Zona Sul.
Após a confusão de março, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pediu desculpas aos usuários e prometeu solução para o caso em até 24 horas.
Um dia depois do quebra-quebra, a SPTrans transferiu seis linhas que operam na Zona Sul para outras empresas, com o objetivo de desafogar o atendimento da Transwolf na região.
Mas na noite de quarta-feira (3), o SP2 voltou ao Terminal Varginha e constatou que o problema persiste na maior parte das linhas transferidas para as empresas Mobibrasil e Viação Grajaú.
Na linha 6072/10 Jd. São Nicolau – Term. Varginha, alvo do quebra-quebra no fim de março, os usuários afirmaram que no período da noite ao menos cinco filas diferentes se formam para conseguir pegar um ônibus da linha, que continua sendo administrada pela Transwolff.
Somente após a chegada da reportagem, novos ônibus da empresa foram surgindo para atender os usuários. Alguns dos veículos foram tirados de outras linhas, para evitar o registro das longas filas no Terminal Varginha.
Como as reclamações dos ônibus vem de toda a cidade, não só da zona sul, o prefeito Ricardo Nunes admitiu nesta quinta (4) que a fiscalização da SPTrans precisa melhorar.
A SPTrans anunciou em 21 de março que trocou a empresa operadora de seis linhas de ônibus que operam nos terminais Varginha e Parelheiros, na Zona Sul.
As seis linhas eram operadas pela empresa Transwolff e vinham sendo alvo de muita reclamação da população. A decisão sobre a troca aconteceu justamente após o quebra-quebra observado no Terminal Varginha, após os usuários da região esperarem mais de duas horas por um veículo.
Passam a ser operadas pela Viação Mobibrasil:
695D/10 Jd. Sta. Bárbara- Metrô Jabaquara
6002/10 Cid. Dutra – Hosp. Pedreira
677V/10 Jd. Alpino – Est. Grajaú
6110/10 Conj. Hab. Palmares – Aeroporto
Passam a ser operadas pela Viação Grajaú:
6026/10 Jd. Icaraí – Term. Sto. Amaro
637V/10 Pq. América – Term. Sto. Amaro
“A operação também terá ônibus maiores, haverá a substituição de ônibus menores (Midônibus e Básicos) por modelos com maior capacidade (Padron)”, declarou a gestão Nunes.
Desculpas do prefeito de SP
Por causa da confusão no terminal, o prefeito de São Paulo pediu desculpas aos passageiros da Zona Sul e chamou o atraso da empresa de “inaceitável e irresponsável”.
“É absolutamente inaceitável o que fizeram com os usuários e eu vi as imagens do terminal ontem. O Levy já convocou os responsáveis da empresa para poderem ir na SPTrans e apresentarem soluções para essa situação”, disse o prefeito na época.
Fonte: G1