Cratera em obra do Metrô na marginal Tietê continua sem explicação

por Redação

O acidente nas obras da Linha 6-Laranja do Metrô, que abriu uma cratera na pista local da marginal Tietê, entre as pontes Piqueri e Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, completa um ano sem resposta nesta quarta-feira (1°).

Em março, o governo estadual contratou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para apurar as causas do acidente, além das responsabilidades da Acciona — encarregada das obras — e da Sabesp. O Ministério Público de São Paulo também instaurou um inquérito civil para investigar a extensão dos danos urbanísticos e ambientais.

Questionado sobre a conclusão do laudo, o IPT informou que entregou, em 1° de novembro, os resultados da “investigação das causas do colapso ocorrido na região do poço de ventilação e saída de emergência aquinos durante a construção da linha” à STM (Secretaria de Transportes Metropolitanos).

A secretaria, por sua vez, afirmou que a análise do documento e o relatório com as causas do acidente nas obras da Linha 6-Laranja ainda não foram finalizados.

“Considerando a complexidade técnica envolvida, um grupo de trabalho analisa a documentação entregue pelo IPT, para que a STM possa acatar o documento e dar sequência ao processo administrativo. Ambas as empresas envolvidas no acidente, Sabesp e Acciona, são listadas em Bolsas de Valores, e todas as divulgações oficiais devem ser feitas com conclusões, não com estudos preliminares”, declarou a pasta.

A empresa Acciona também contratou especialistas e encomendou um laudo sobre as falhas que provocaram a abertura da cratera. O documento foi concluído e enviado ao Ministério Público, de acordo com o conglomerado multinacional espanhol. Entretanto, o órgão comunicou à reportagem que ainda não recebeu a papelada.

Na quinta-feira (26), durante visita às obras da Linha 6-Laranja e a chegada de uma máquina de escavação, conhecida como tatuzão, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, (Republicanos), afirmou que aguarda o relatório final do STM, que é considerado oficial.

“O importante agora é não olhar para trás e olhar para a frente. Observe que, no fim das contas, houve um esforço grande para que não houvesse o comprometimento do cronograma”, disse o governador.

Relembre o acidente
Na manhã de 1° de fevereiro, uma tubulação de esgoto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) rompeu e a água invadiu o poço de ventilação e a saída de emergência, onde estavam sendo realizadas as obras da Linha 6-Laranja.

Rapidamente a água tomou conta da tubulação, e parte da pista local da marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna, começou a ceder. Em um intervalo de duas horas, uma cratera gigantesca se abriu e interrompeu o fluxo de carros.

Na época, o secretário de Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, explicou que o acidente ocorreu durante uma escavação feita pelo tatuzão. A máquina estava a mais de 3 metros de distância da coletora de esgoto, por isso não houve choque entre as estruturas.

Todos os funcionários conseguiram sair antes que a água inundasse o túnel e ninguém ficou ferido durante o acidente. Entretanto, quatro trabalhadores tiveram contato com a água contaminada e foram encaminhados ao pronto-socorro.

A Linha 6-Laranja é uma parceria público-privada do governo estadual com a Concessionária Linha Universidade — da qual a Acciona é a principal sócia —, que será a responsável pela operação por 19 anos após a conclusão das obras.

Em nota, a Sabesp informou que investiu cerca de R$ 35 milhões em obras e gerenciamentos, que duraram de abril a outubro. A companhia também disse que “já se pronunciou no Ministério Público Estadual, no sentido de que não tem responsabilidade no evento e aguarda a conclusão do laudo do IPT”.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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