Estados Unidos oferecem recompensa de quase R$ 60 milhões por informações sobre o Hezbollah na fronteira do Brasil

por Redação

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira uma recompensa de até 10 milhões de dólares (quase R$ 60 milhões) a quem fornecer dados que permitam desarticular os canais de financiamento do grupo libanês Hezbollah na região onde convergem Brasil, Argentina e Paraguai.

Segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, articuladores do Hezbollah na chamada Tríplice Fronteira recorrem a uma ampla gama de atividades ilícitas para levantar recursos. Entre eles, os investigadores identificaram lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, contrabando de carvão e petróleo, comércio ilegal de diamantes, transporte clandestino de moedas em espécie, cigarros e artigos de luxo, além de falsificação de documentos e cédulas de dólar.

A organização também lucra com negócios legítimos espalhados pela América Latina, como construção civil, importação e exportação de mercadorias e transações imobiliárias.

A recompensa abrange informações que resultem na identificação e neutralização de fontes de renda, doadores, instituições financeiras, empresas controladas pelo grupo, companhias de fachada usadas para adquirir tecnologia de uso dual ou quaisquer esquemas criminosos que beneficiem financeiramente a organização.

O pagemento é feiro pelos EUA através do programa “Rewards for Justice”, que já distribuiu mais de 250 milhões de dólares a mais de 125 informantes cujas pistas ajudaram a neutralizar ameaças à segurança nacional norte-americana.

O que é o Hezbollah?
Baseado no fundamentalismo xiita, o Hezbollah é uma organização criada em 1982 cujo nome significa “partido de Deus” e hoje, além do braço militar, é parte importante da política libanesa. Sua origem é fruto de três fatores que aconteceram no início daquela década: a ocupação israelense do sul do Líbano, a Revolução Islâmica de 1979 e a marginalização dos muçulmanos xiitas na sociedade libanesa, na época formada majoritariamente por cristãos e sunitas.

No início dos anos 1980, Israel, aliado da milícia cristã libanesa Exército do Sul do Líbano (ESL), ocupou a região, a princípio para combater grupos palestinos que operavam a partir do território libanês. O Hezbollah, nesse sentido, surgiu como uma reação dos xiitas, majoritários naquela área do Líbano, que não só se opunham à presença de tropas israelenses, mas também eram solidários à causa palestina.

A relação com o Irã começou já naquele período, no momento em que o país persa buscava aliados xiitas no Oriente Médio após a Revolução Islâmica, que estabeleceu o domínio da vertente. De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, até hoje o Irã fornece ao Hezbollah “a maior parte de seu financiamento, treinamento, armas e explosivos, bem como ajuda política, diplomática, monetária e organizacional”.

Ainda segundo os EUA, o grupo também obtém financiamento de fontes legais e ilegais, incluindo “contrabando de mercadorias, falsificação de passaportes, tráfico de narcóticos, lavagem de dinheiro e fraudes com cartões de crédito, imigração e bancos”.

Fonte: OGLOBO

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