Família cria mochila que carrega equipamentos médicos, e filho eletrodependente pode viver longe do hospital; outros pacientes receberam

por Redação

O Léo, de 9 anos, nasceu muito prematuro, teve complicações médicas quando bebê e precisou retirar o intestino. Ainda na gravidez, teve que fazer uma cirurgia intraútero. Esses acontecimentos fizeram com que ele se tornasse um paciente eletrodependente — que precisa estar conectado a máquinas para sobreviver.

Para os pais do pequeno, ver o filho bem durante quase uma década contraria todas as expectativas. “Os médicos me disseram que ele não ia sobreviver, ele sobreviver seria viver pouco tempo, que ia viver para sempre dentro do hospital”, lembrou a mãe, Aline Bertolozzi.

Ela e o marido, Rodrigo Monteiro, não queriam que a criança passasse a vida toda em casa ou no hospital. Os dois viram que não existia uma solução para isso e resolveram criar uma mochila capaz de carregar os equipamentos sem a necessidade de ficar preso a um lugar.

Os pais perceberam que o filho apresentou melhoras significativas, diminuiu a quantidade de internações e decidiram compartilhar a ideia: “A gente falou ‘Isso tem que ir pro mundo'”, disse a mãe.

Aline e o Rodrigo levaram a ideia da mochila para o Hospital Samaritano Higienópolis, onde Leo é acompanhado, e os médicos se uniram para melhorar a tecnologia.

“A gente precisava ter toda essa avaliação do ponto de vista ergonômico, do ponto de vista de segurança, aí sim poder disseminar para os outros pacientes já com as instruções de uso correto”, explicou Mariana Barcia, nefropedriatra.

Liberdade
Como os resultados com o Leo foram positivos, um grande sonho dos pais foi realizado: o hospital resolveu dar essa possibilidade para mais gente. Em dezembro do ano passado, 50 pacientes receberam a mochila de graça e adaptada às necessidades de cada um.

“Após 3 meses nessa utilização, a gente acabou percebendo que 38% dos pais e das crianças colocam como melhora da qualidade de vida, 100% falam que puderam ter novas experiências. A gente perguntou como que a palavra que você traduz a utilização da mochila: e eles colocam como liberdade”, relatou Maria Fernanda Carvalho de Camargo, médica nefrologista pediátrica do Hospital Samaritano Higenópolis.

Primeiro paciente a testar a novidade, o menino que teria que viver no hospital agora vai a jogos do time do coração, ama praia e já viajou para outros países.

Rebeca Nascimento, de 18 anos, também está nessa lista. Aos 18 anos, a vida dela mudou. Hoje, faz faculdade de enfermagem, dirige e viaja.

“O meu intestino não absorve direito as coisas que eu como, então, se eu fosse comer pela boca, não ia conseguir ficar em pé. Eu tinha que ficar em casa no horário da infusão, agora é em qualquer lugar”, disse a estudante.

O hospital acompanha todos os pacientes para entender os impactos da mochila.

Fonte: G1

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