O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta quarta-feira (18) que a equipe econômica pode adotar, no futuro, novas medidas de cortes de gastos.
As declarações foram dadas durante entrevista na portaria do Ministério da Fazenda. Ele tem almoço agendado com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, para tratar da tramitação do pacote de cortes de gastos.
Diante da disparada do dólar e dos juros futuros, que servem de base para as taxas bancárias, ele não descartou a possibilidade de estar ocorrendo um ataque especulativo à economia brasileira.
O Banco Central efetuou, nos últimos dias, intervenções no câmbio, por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista e, também, dos chamados leilões de linha (venda com compromisso de recompra, como se fosse um empréstimo).
Mesmo assim, o dólar tem operado pressionado, enquanto analistas aguardam o andamento do pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional. Nesta quarta-feira, chegou a R$ 6,17 por volta das 11h, e a R$ 6,15 às 12h15. Veja mais cotações.
Por fim, o ministro lembrou que a economia brasileira atua com o chamado câmbio flutuante, com o dólar oscilando, para cima e para baixo, de acordo com os movimentos do mercado — e eventuais intervenções por parte do Banco Central, que, em tese, servem para corrigir distorções e problemas de falta de liquidez.
Ele disse acreditar que, em um momento de pendência do pacote fiscal, sob análise do Legislativo, a moeda norte-americana terá oscilações.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (17) uma proposta que proíbe a ampliação de benefícios fiscais em caso de resultado negativo nas contas públicas.
Esse projeto é o primeiro do pacote de corte de gastos enviado pelo governo ao Congresso na tentativa de conter as despesas públicas.
Com a íntegra das medidas — divididas em quatro propostas legislativas —, a área econômica projeta economizar R$ 327 bilhões até 2030.
Entre as propostas, estão a limitação do ritmo de crescimento do salário mínimo, cortes de verbas para Educação, mudanças no abono salarial e alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria dos militares.
Fonte: G1