Justiça condena 3 GCMs de Guarulhos a mais de 23 anos de prisão por assassinato

por Redação

A Justiça condenou três guardas-civis municipais a mais de 23 anos de prisão pelo assassinato de um cliente que estava fumando maconha em frente a uma boate em Guarulhos, na Grande São Paulo. O crime foi em 15 de novembro de 2019.

O júri popular dos réus ocorreu na última quinta-feira (1º) no fórum da cidade.

Diego Mudeh Braga, Fábio Soares dos Santos e Dário Bezerra de Araújo foram acusados de executar a tiros Lucas Magaton Almerana, de 23 anos. Eles foram condenados por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Lucas fumava o cigarro com a droga perto da casa noturna Resenha Lounge Bar, no bairro Jardim Cocaia. De acordo com a acusação feita pelo Ministério Público (MP), dois dos agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) trabalhavam como seguranças particulares na boate, onde faziam ‘bico’.

Lucas estava dentro do estabelecimento com um amigo e os dois tinham deixado o local para usar maconha em frente a casa noturna, o que incomodou os agentes da GCM que faziam segurança no lugar.

De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Diego e Fábio abordaram Lucas e o amigo. Os GCMs mentiram ao se identificarem como policiais. Depois, um deles deu um soco no rosto das vítimas.

O amigo de Lucas, que foi agredido, conseguiu correr e se escondeu num matagal próximo. Ele contou que depois disso, outros GCMs que estavam fazendo patrulha nas ruas foram chamados. Um deles era Dário.

Em seguida, segundo a vítima, os três guardas participaram da execução contra Lucas, que foi morto com um tiro no rosto, outro na cabeça e quatro nas costas.

Tanto o amigo quanto o jovem estavam desarmados. O rapaz que sobreviveu foi testemunha do caso durante o julgamento. Ele contou que ouviu Lucas pedir para não ser morto e em seguida escutou os disparos. Falou também que ficou quase meia hora escondido até sair quando os GCMs foram embora.

O corpo de Lucas foi encontrado pela Polícia Militar (PM), próximo a um córrego. O caso foi investigado pelo 1º Distrito Policial (DP), de Guarulhos. A Polícia Civil identificou os GCMs como os autores do crime e pediu a prisão deles à Justiça.

Dois dos três guardas estavam presos preventivamente desde 2019: Diego e Fábio. O terceiro acusado, Dário, que respondia ao crime em liberdade, foi preso no Fórum de Guarulhos, após a sentença judicial a pedido do MP.

Lucas trabalhava como gesseiro numa empresa de um parente. A reportagem não conseguiu localizar a família dele para comentar o assunto.

Ministério Público
“Sou um defensor das forças de segurança. Hoje em dia, infelizmente, grande parte da sociedade brasileira sofre de uma doença chamada policiofobia. Sou avesso a isso porque a maioria dos policiais e dos GCMs é composta por verdadeiros heróis”, disse o promotor Rodrigo Merli Antunes, do MP, à reportagem.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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