Necrose após harmonização em partes íntimas: fisioterapeuta investigado cobrava R$ 4 mil por procedimento que custava R$ 30 mil, diz delegada

por Redação

O fisioterapeuta Darlan Carlos, de 38 anos, preso em Curitiba após a denúncia de um paciente que relatou ter sofrido necrose em parte íntima, cobrava valores muito abaixo do mercado para realizar o procedimento de harmonização, segundo investigações da Polícia Civil (PC-PR).

De acordo com a delegada Aline Manzatto, os valores giravam em torno de R$ 4 mil e R$ 4,5 mil por procedimento que, se realizado por um médico, custaria cerca de R$ 30 mil.

Na sexta-feira (11), a polícia informou que Darlan responde o caso em liberdade.

Segundo o boletim de ocorrência do paciente de 41 anos, dois dias após o procedimento de preenchimento, o homem iniciou um quadro de inchaço e fortes dores. Ele relatou ainda que buscou a orientação de outro profissional, que constatou a presença de uma inflamação e risco de necrose.

Darlan foi preso suspeito de falsificar medicamentos, armazenar e vender produtos impróprios para consumo e também por exercício ilegal da medicina, segundo a Polícia Civil.

Em nota, a defesa do fisioterapeuta disse que ele nega com veemência as acusações e afirma que sempre agiu com ética e respeito, dentro das normas do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito).

Investigações
Depois da denúncia, policiais e fiscais da Vigilância Sanitária foram até o consultório de fisioterapia pélvica do homem e encontraram diversas irregularidades como transporte de materiais médicos descartáveis (seringas e agulhas) em mochila, armazenamento de Botox sem refrigeração e sem nota fiscal e lixo hospitalar descartado em lixo comum.

O suspeito atuava, além de Curitiba, nos municípios de Balneário Camboriú (SC), Campinas e São Paulo (SP), e Rio de Janeiro.

No consultório, a delegada explicou que produtos como cânulas, ácido hialurônico e anestésicos estavam sem registros da Anvisa.

A delegada informou ainda que foram localizados também materiais vencidos, frascos sem identificação e hialuronidase manipulada para preenchimento intradérmico, que é proibido para esse fim. A Vigilância Sanitária interditou o local.

O que diz o Crefito
O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª Região (Crefito-8) informou que repudia qualquer prática que coloque em risco a saúde da população ou que configure exercício irregular da profissão da fisioterapia.

Disse também que, após tomar conhecimento do caso, designou o Chefe de Procuradoria Jurídica e um agente fiscal para colheita de dados junto à autoridade policial.

Por fim, o Crefito informou ainda que Darlan é registrado como atuação no município de Londrina, no norte do Paraná, e que não comunicou ao Conselho a alteração do endereço profissional para Curitiba, conforme exige a legislação.

Fonte: G1

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