Desde sábado (7) e até terça-feira (10), mais de 13,3 milhões de estudantes chineses estão fazendo exames de admissão para a faculdade. E os que esperavam ter a ajuda dos chatbots de inteligência artificial para se dar bem, tiveram uma surpresa: durante os quatro dias de testes, os aplicativos de IA mais populares da China estão com algumas de suas funções desativadas para evitar que os alunos colem.
Reportagem da Bloomberg relata que Qwen (Alibaba), Doubao (ByteDance), Yuanbao (Tencent) e Kimi (Moonshot) suspenderam os serviços de reconhecimento de fotos. Quando solicitados a explicar a razão, Qwen respondeu que a opção estava temporariamente suspensa nos horários da prova, e Doubao, ao receber uma foto do teste, afirmou que “não estava em conformidade com as regras”.
Yuanbao e Kimi, por sua vez, disseram o seguinte: “Para garantir a imparcialidade dos vestibulares, esta função não pode ser usada durante o período de provas”. Uma captura de tela vista pelo The Guardian mostrou que o DeepSeek respondeu o mesmo para os usuários.
Para evitar trapaças
Na China, o exame de admissão para o ensino superior, realizado em todo mês de junho, é chamado de gaokao. Ele é considerado o mais importante do país, e pode impactar profundamente no futuro dos estudantes.
Para evitar trapaças, além da suspensão de alguns recursos de IA, outra ações foram tomadas. Diversas regiões do país anunciaram que usariam ferramentas de monitoramento para analisar “comportamentos anormais”, como sussurros ou olhares repetidos entre alunos, durante os exames.
Na província de Jiangxi, por exemplo, as filmagens serão revisadas após o exame e, segundo o jornal chinês Global Times, quaisquer violações ou má conduta “serão tratadas estritamente de acordo com os regulamentos relevantes”.
Além disso, no final de maio, as autoridades chinesas anunciaram verificações de entrada mais rigorosas nos pontos de exame, identificação biométrica, triagem aprimorada de dispositivos digitais e bloqueadores de sinais de rádio.
E, devido à importância do gaokao, algumas cidades adiaram eventos que poderiam causar perturbações, como apresentações públicas, atrasaram o horário de funcionamento dos escritórios e criaram faixas de tráfego prioritárias dedicadas para garantir que os alunos cheguem ao teste no horário.
Fonte: epocanegocios