Sistema Cantareira opera em alerta, e nível de reservatórios cai 12 pontos

por Redação

Apesar de a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) garantir que não há risco de racionamento, o índice de armazenamento de água do sistema Cantareira caiu 12,4 pontos percentuais em cinco meses, agravado pelas chuvas que estão abaixo da média. Em abril, o manancial registrava 45,3% da capacidade no dia 1º e, no mesmo dia de setembro, chegou a 32,9%.

Nesta segunda-feira (5), o Cantareira tem 32,4% de reservação. Já o Alto Tietê está com 49,6%, Guarapiranga, 58,9%, Cotia, 58,3%, Rio Grande, 89,3%, Rio Claro, 45,4%, e São Lourenço, 66,5%. Juntos, os sete sistemas integrados totalizam 44,8% da capacidade de armazenamento, segundo dados da Sabesp.

Em nota, a companhia informou que o “sistema integrado opera com nível similar, por exemplo, aos 43,5% de 2021, quando não houve problemas no abastecimento da região metropolitana”.

Para a hidróloga e pesquisadora do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), Luz Adriana Cuartas, o cenário inspira atenção.

“É preciso monitorar para saber como operar o sistema e evitar o racionamento. Desde 2014 [crise hídrica], o Cantareira não consegue se recuperar porque há demanda de retirada e tem chovido abaixo da média tanto na estação chuvosa quanto na seca”, diz.

Para que um manancial possa armazenar água, é necessário que chova o suficiente para, primeiro, encharcar o solo. Isso só é possível quando a chuva é volumosa, abrangente e duradoura para, então, o nível do reservatório subir.

“Não adianta chover pouco todos os dias ou bastante por poucos dias. Depende do tamanho do reservatório, da região, da época do ano e da temperatura. Temos que ter atenção com o Cantareira. Já tivemos situações mais graves, mas esta também não é de tranquilidade”, ressalta a meteorologista Desirée Brandt.

A Sabesp descarta o rodízio de água, mesmo com a estiagem, mas reforça a necessidade de a população economizar água. Para a hidróloga do Cemaden, deveria ser incentivada a armazenagem da água da chuva como forma de economia. A ideia é que o recurso seja usado na limpeza de casas, garagens, descargas e jardins, por exemplo.

“Investir em obras para acabar com as perdas na rede seria mais interessante do que buscar água mais longe. Com tecnologia, nada é inviável”, ressalta Luz Adriana Cuartas.

Medidas da Sabesp
O Cantareira, maior reservatório que atende a região metropolitana de São Paulo, abastece cerca de 8 milhões de pessoas.

Para dar segurança hídrica à população, a Sabesp apostou em investimentos na integração entre os sistemas “mais robusto e flexível, sendo possível abastecer áreas diferentes com mais de um sistema”.

Entre as medidas adotadas estão a implantação do sistema São Lourenço, a interligação da bacia do Paraíba do Sul com o Cantareira, ampliação da infraestrutura da rede e gestão da pressão noturna para redução de perdas de água.

Desde julho, o Cantareira opera na faixa de alerta, de acordo com as regras estabelecidas pela ANA (Agência Nacional de Águas). Mas segundo a Sabesp, não causou alteração na operação do sistema Cantareira porque a companhia retira menos de 22 m³/s, inferior ao limite máximo autorizado que é de 27 m³/s, “o que é possível graças à integração com os demais sistemas”.

Fonte: Com informações da Agência Estado

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