Após um ano preso, o empresário Paulo Cupertino Matias, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele em 2019, ainda não tem uma data para ser julgado. Em 5 de abril do ano passado, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiu levá-lo a júri popular pelo triplo homicídio. Cupertino diz ser inocente.
A Defensoria Pública de São Paulo, que defendia o réu na época, decidiu recorrer contra a decisão, proferida pela 1ª Vara do Júri da Capital. De acordo com o TJ-SP, a data do julgamento só poderá ser agendada quando o recurso for analisado. Como o processo tramita em segredo, o órgão não divulgou outras informações.
Audiência de instrução
Em 25 de novembro, Cupertino passou pela terceira e última audiência de instrução no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital. As sessões foram adiadas duas vezes, em agosto e outubro, em razão da ausência de uma testemunha considerada importante pela defesa: o filho de 16 anos do acusado.
No dia, além do empresário, outros dois réus foram interrogados: Eduardo José Machado, dono de uma pizzaria na zona sul de São Paulo, e Wanderley Antunes Ribeiro Senhora. Eles são acusados de terem o ajudado a se esconder e fugir após o crime.
Durante o interrogatório, Eduardo afirmou que não teve contato direto com Cupertino e que deu cinco mil reais. Enquanto, Wanderley relatou que abrigou o réu na casa de uma amiga. Pela terceira vez, o filho do empresário não compareceu ao Fórum por estar muito abalado com os homicídios.
Prisão preventiva
Desde o dia 24 de agosto, Cupertino está preso preventivamente no CDP (Centro de Detenção Provisória) II de Guarulhos, na Grande São Paulo, de acordo com a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
A unidade prisional, segundo informações disponibilizadas pela pasta, tem capacidade para 841 presos, enquanto a população atual é 695. Isto é, um superávit de vagas de 17%.
Em 31 de outubro, o empresário chegou a se envolver em uma briga e agrediu outro detento. Na época, a SAP informou que foi aberta uma apuração disciplinar. A motivação do desentendimento nunca foi divulgada.
Segundo julgamento
Além do triplo homicídio, Cupertino também responde pelo uso de uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) falsa. O documento foi apreendido em maio de 2022, quando ele foi preso em um hotel, na zona sul da capital.
A carteira de motorista estava em nome de uma vítima, de 55 anos, natural da Bahia. Em depoimento à Polícia Civil, ele afirmou que não sabia sobre a clonagem de seus dados. Após perícia, o laudo do Instituto de Criminalística também confirmou que a CNH é falsa em razão da má qualidade do papel, da má qualidade da impressão e da ausência de elementos de segurança.
O julgamento sobre o uso do documento falso foi agendado para 27 de novembro, às 14h30. De acordo com o TJ-SP, a audiência acontecerá de forma virtual.
Fonte: r7