Após diversos balões caírem sobre áreas urbanas e de mata no Estado de São Paulo nos últimos dias, a Defesa Civil do Estado divulgou um alerta sobre os riscos dessa prática, especialmente o de formação de incêndios florestais de grandes proporções. Esse perigo é agravado no período de clima seco que atinge o estado, o que favorece a propagação do fogo.
“Em condições climáticas desfavoráveis, as chamas dos balões podem se espalhar rapidamente, ganhando força e intensidade. Isso torna o controle do fogo mais difícil e aumenta a possibilidade de destruição de vastas áreas de florestas”, afirma o diretor estadual de Proteção e Defesa Civil, o tenente-coronel Araújo Monteiro.
Em Salto do Pirapora, na região de Sorocaba, por exemplo, um balão de 24 metros caiu em uma área de plantação de eucaliptos. O material foi recolhido pela Guarda Civil Municipal, que impediu que o fogo atingisse a vegetação do local. Em São Bernardo do Campo, um balão caiu próximo à represa Billings, onde também há área de mata. Uma equipe da Polícia Ambiental fazia patrulhamento e impediu danos maiores.
Outra preocupação é com relação às áreas habitadas, de edificações e aeroportos. Um vídeo a que a Record TV teve acesso flagrou a queda de um balão em chamas num prédio de Arujá, na região metropolitana de São Paulo. Além disso, três balões sobrevoaram o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas-SP, e um deles caiu dentro do terminal. A equipe da concessionária que administra o terminal apagou o incêndio causado pelo objeto, próximo à pista de pousos e decolagens.
A legislação brasileira proíbe a fabricação, venda, transporte e a soltura de balões. A pena para esse crime é de detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, conforme a Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). No ano passado, segundo dados divulgados pela Polícia Ambiental, foram apreendidos 129 balões e 257 pessoas foram autuadas.
Tempo
De acordo com a meteorologista do CGE, Jéssica Cristina da Silva, a baixa umidade relativa do ar se estende até sexta-feira (24), o que exige atenção redobrada. “A umidade relativa do ar entra em declínio, podendo atingir níveis críticos, abaixo dos 30%, prejudicando a qualidade do ar”. O ar seco deve retornar em diferentes oportunidades ao até outubro, quando o nível de chuvas costuma aumentar.
A Defesa Civil alerta ainda para outras práticas perigosas, como saltar bitucas de cigarro onde há vegetação e colocar fogo em terrenos.
Fonte: r7