Após oito horas e uma operação de alto risco, a primeira das sete crianças que ficaram presas em um teleférico a 274 metros de altura no Paquistão foi resgatada na manhã desta terça-feira (22), segundo autoridades locais.
A criança, de acordo com forças de resgate, foi içada com segurança para um helicóptero, que tenta resgatar os outros sete passageiros.
Sete crianças e um professor ficaram presos a 274 metros de altura depois que um dos dois cabos do teleférico em que estavam se rompeu quando eles iam para a escola – a região, no norte do Paquistão, é extremamente montanhosa e, por isso, muitos estudantes recorrem a teleféricos como meio de transporte.
De acordo com a agência nacional de gestão de desastres do Paquistão, helicópteros das Forças Armadas paquistanesas seguem no local e e tentarão içar os outros passageiros – o vento e a posição da cápsula, que está pendurada apenas por um dos cabos, são alguns dos fatores que deixam a operação mais complexa.
Ainda assim, a equipe corre contra o tempo. Os oito passageiros estão há mais de 18 horas presos.
Segundo as autoridades locais, o cabo se rompeu por volta de 9h no horário local (23h de segunda-feira em Brasília). Uma das crianças chegou a desmaiar “devido ao calor e ao medo”, disse Shariq Riaz Khattak, um oficial de resgate, à Reuters. Até a última atualização desta notícia, não havia informações sobre o estado de saúde dela.
Dificuldades
O resgate é considerado difícil e de alto risco, segundo avaliação da equipe de resgate, pelos seguintes motivos:
Fortes ventos – em entrevista dada à Reuters de dentro da cápsula, o professor que está com os alunos relatou fortes rajadas (leia mais abaixo).
Altitude da cápsula, que está a uma altura equivalente a quase uma torre Eiffel ou o One Tower, prédio mais alto do Brasil, que tem 290 metros.
A aproximação do helicóptero também pode desestabilizar o único fio que sustenta a cápsula.
Enquanto isso, a equipe que está no helicóptero conseguiu entregar mantimentos aos passageiros.
“Fornecemos refeições e água para os alunos presos e pensando em outras opções de resgate”, disse Sonia Shamroz, uma das coordenadoras da operação.
Um professor da região disse que cerca de 150 pessoas fazem diariamente a perigosa viagem de teleférico para a escola, devido à falta de infraestrutura de transporte na área.
O primeiro-ministro interino do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, determinou o fechamento de vários teleféricos que estejam há muito tempo sem manutenção.
“Também instruí as autoridades a realizar inspeções de segurança de todos esses teleféricos privados e garantir que sejam seguros para operar e usar”, disse ele em um post na rede social “X”, antigo Twitter.