O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, questionou nesta quarta-feira (25), durante discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) o papel do Brasil como intermediador das negociações de paz entre seu país e Rússia.
Zelensky disse duvidar do “real interesse” de Brasil e China ao pressionarem para liderar o diálogo entre Kiev e Moscou os dois países.
“Vocês não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia”, disse, durante o discurso.
Desde o ano passado, o presidente Lula vem afirmando que quer atuar como mediador de um diálogo entre Rússia e Ucrânia para o fim da guerra, inclusive com um plano de paz específico.
O presidente chinês, Xi Jinping, também tem expressado a vontade de exercer a mediação de uma negociação de paz entre os dois lados. No fim de abril, ele falou por telefone com Zelensky, pela primeira vez desde o início da guerra, e disse que apresentou uma proposta.
O ucraniano, no entanto, diz que não negociará com Moscou enquanto Vladimir Putin for o presidente russo, e exige o cessar-fogo imediato. Em maio deste ano, em encontro com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, o ex-chaneler brasileiro Celso Amorim, em Kiev, Zelensky afirmou que o único plano de paz possível para terminar a guerra em seu país é o ucraniano.
Logo depois, em junho, Lula acusou tanto Zelensky como Putin de “estarem gostando da guerra” e cobrou um plano de paz. Zelensky já havia acusado o Brasil de priorizar alianças com a Rússia (em referência ao Brics). Lula negou fazer “defesa de Putin” e disse que “não tenho lado, meu lado é o da paz”.
No discurso desta quarta na Assembleia Geral da ONU, o líder ucraniano afirmou que não aceitará uma “paz imposta”.
Na fala, Zelensky acusou também a Rússia de estar planejando um ataque coordenado a usinas nucleares da Ucrânia.
Principal evento da ONU, a Assembleia Geral, na qual líderes ou representantes dos 193 países da ONU fazem discursos, começou na terça-feira (24) e vai até o fim da semana. O presidente Lula falou na abertura da sessão, seguido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Fonte: G1