Aeroporto Internacional de Guarulhos enfrenta nova crise de imigração com indianos e africanos solicitando asilo no Brasil

por Redação

O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, enfrenta uma nova crise de imigração. Depois do caso dos afegãos, cerca de 400 refugiados desembarcaram pedindo asilo. Uma reunião de emergência foi convocada entre as autoridades de imigração e a Vigilância Sanitária.

O grupo, que na maioria é de indianos, além de cidadãos de países da África, está numa área restrita entre desembarque e a imigração. Eles se acomodam nas poltronas e no chão.

Na noite desta terça-feira (11), segundo o Ministério Público Federal, eram 383. Na tarde desta quarta-feira (12), a Polícia Federal informou que o número baixou para 291.

Eles estão aguardando o processamento do pedido de refúgio no Brasil para serem liberados.

A chegada de estrangeiros pedindo refúgio aumentou desde o último fim de semana. De acordo com o procurador da República em Guarulhos, um único voo chegou a ter 50 passageiros com esta solicitação.

A instabilidade nos sistemas que registram, processam e transmitem os pedidos para a PF, o Sisconare, agravou a situação, deixando as liberações ainda mais demoradas.

“A gente observou que veio um número, digamos, anormal de solicitantes de refúgio, teve relatos de voos com quase 50 solicitantes num único voo. Isso é bastante para qualquer país, inclusive para o Brasil processar esses dados. Com a instabilidade que deu no sistema do SISCONARE, não foi possível o processamento das solicitações. Acabou que eles têm que ficar lá aguardando até poder regularizar o ingresso no país”, apontou Guilherme Gopfert, procurador da República.

Enquanto aguardam, os imigrantes recebem alimentação das companhias aéreas. A Secretaria da Saúde de Guarulhos aplicou vacinas, mas as condições sanitárias e de higiene preocupam.

“É uma situação que não deve acontecer. A gente agora convocou uma reunião emergencial para amanhã com as autoridades responsáveis para que a gente possa entender melhor o que está acontecendo e tomar todas as medidas para que situações como essa não se normalizem”, completou o procurador.

Segundo o Ministério Público, a chegada de grupos de indianos pedindo refúgio não é frequente no país. Os motivos para cada pedido são verificados em entrevistas individuais e confidenciais, feitas pelo Comitê Nacional de Refugiados.

Mas, de acordo com o MPF, o Brasil tem sido usado como rota por estrangeiros que querem chegar aos Estados Unidos.

Histórico
O Aeroporto Internacional de São Paulo tem passado por situação semelhante nos últimos anos. Desde agosto de 2022, milhares de afegãos vieram para o Brasil, fugindo dos conflitos internos provocados pelo grupo extremista Tailbã.

Durante meses, vários grupos ficaram acampados no aeroporto. A falta de estrutura para acomodá-los fez com que alguns casos de sarna fossem registrados. Entre setembro e outubro do ano passado, os refugiados foram levados para abrigos no litoral e no interior do estado.

O que dizem os órgãos envolvidos
O Ministério da Justiça disse que trabalha para solucionar a instabilidade no sistema nacional de pedidos de refúgio e que o problema ocorreu por conta de atualizações realizadas. Disse ainda que trabalha com a PF para acelerar a capacidade de processamento desses pedidos.

A Prefeitura de Guarulhos informou que o Posto Avançado de Atendimento ao Migrante, que funciona dentro do aeroporto, ainda não foi notificado oficialmente sobre a situação.

Já a GRU Airport, concessionária responsável pelo aeroporto, disse que colabora com as autoridades.

Fonte: G1

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